No dia 06 de setembro de 2011, o acadêmico Fagner Lira Bizerra proferiu o primeiro discurso do Grupo Guaicurus no Parlatório Rui Barbosa. Na ocasião, após as badaladas do sino, uma multidão se reuniu ao redor do Parlatório para ouvir e ver aquele que foi o primeiro de muitos discursos sobre as ideias, filosofias e trabalhos do Grupo. MUTATIS MUTANDIS!
Morrer não é nada, mas viver vencido e sem glória é morrer todos os dias. (Napoleão)
Senhoras e senhores
Bom dia a todos
Meu nome é Fagner e atualmente sou conselheiro de curso, representante do corpo discente do curso de direito UCDB.
Gostaria de, em breve momento, saudá-los com algumas palavras, aproveitando que amanhã é dia da Independência e atualmente o mundo passa por vários movimentos em prol desta, não poderia me omitir deixando passar em branco esta oportunidade. Quero fazer referência a independência e ao movimento estudantil.
Tem uma frase de Napoleão que me motiva, diz assim, “morrer não é nada, viver vencido e sem glória é morrer todos os dias”. Dentro deste contexto, acredito que estamos morrendo todos os dias, perdendo algumas batalhas. Estamos sem glória, de cabeça baixa e não olhamos mais nos olhos um do outro.
Outra frase que eu gosto também, essa é de minha autoria diz, “cada dia uma guerra, cada guerra uma oportunidade”. Nesse contexto, quero dizer que todos os dias temos a chance de sermos quem nós quisermos, o vencido e sem glória ou o Bravo heróico vencedor.
Já que nós possuímos uma escolha, que seja a da vitória.
Nesse momento os senhores devem estar se perguntando, o que esse maluco está falando?
Então eu lhes respondo: a batalha não está ganha e nós estamos perdendo. Eu não posso fazer nada sozinho e quero lutar, lutar por mim, por Deus e pela pátria. Preciso da vossa ajuda, para combater as tormentas do nosso dia a dia; para fazer o Mutatis Mutandis; para mudar o que deve ser mudado; para fazer o carpe diem valer à pena; para aproveitar o dia. Assim cada vez que ele terminar no fim da tarde quero dizer, hoje foi o melhor dia da minha vida, pois estou vivo, não fui vencido e ainda posso lutar. Essa é a glória que desejo, para mim, meus amigos, e os que desejarem me acompanhar nessa batalha.
Estamos presenciando os combates na Líbia, precedidos pelos do Egito, e de outros países que até pouco tempo estavam sob o domínio de ditadores declarados. Digo aos senhores que não é diferente conosco. O paradoxo está no detalhe de que vivemos sob uma ditadura disfarçada por uma falsa democracia.
Porém, está surgindo um grupo aqui na Universidade, disposto a lutar pelo nosso Direito, o direito à liberdade, o direito à dignidade da pessoa humana, lutar sobre o princípio do Bem Comum, e sob o verdadeiro sentido da igualdade.
Esse grupo se chama “Guaicurus”, em homenagem aos índios que habitavam aqui no Estado de Mato Grosso do Sul, quando, por um lado, espanhóis e, de outro, portugueses tentavam de todas as formas invadirem suas terras e colonizá-los e torná-los escravos, esses bravos guerreiros permaneceram firmes, lutando, não se entregaram. E ainda, quando foi declarada a guerra com o Paraguai foram os guaicurus que desempenharam um relevante papel na história deste Estado auxiliando as forças brasileiras com sua arte bélica e domínio sobre o terreno.
Além do nome “Guaicurus”, esse grupo de acadêmicos do curso de Direito da UCDB adotou a expressão latina “Mutatis Mutandis”, que significa mudar o que deve ser mudado, para servir de inspiração das nossas aspirações. Dessa forma, tudo o que tiver ao alcance de ser melhorado, será feito, será buscado com a maior eficácia e eficiência possível.
Para não tomar mais tempo dos senhores, quero agradecer pela atenção de todos e pedir a vossa colaboração, para que ajudem o grupo Guaicurus a lutar pelos nossos direitos. Como dizia Ihering “aquele que renuncia seus direitos renuncia a própria existência moral” e "quem rasteja como um verme não pode se queixar de ser pisoteado".
Muito obrigado e um bom dia a todos.
Olá gostaríamos de ficar recebendo notícias atualizadas como está o desenvolver das questões da demarcação de terras aos indígenas no nosso estado.
ResponderExcluirObrigado.