sexta-feira, 28 de outubro de 2011

DACLOBE Guaicurus

Tudo maluco!

Existe! O verdadeiro Movimento Estudantil ainda existe! E isso foi provado ontem   (27/10/2011) durante as eleições para o Diretório Acadêmico Clóvis Beviláqua. Um momento que entrou para a história de toda classe acadêmica do MS, ou, até mesmo, do Brasil.

 
Foram exatos 1321 votos. Destes, 537 pertenceram ao Novo Contexto, e 776 (!!!) ao GRUPO GUAICURUS. 58,74% dos acadêmicos acreditaram e confiaram no MUTATIS MUTANDIS. Vestiram a camisa, se uniram e gritaram para toda academia ouvir que o Bloco C é o berço de líderes do estado.
 
O "véio" louco aí!
 
O agora sucessor à presidência do DACLOBE, Alfredo Jaime mostrou, ao longo da campanha, que era o mais preparado, capacitado e experiente candidato. Sempre envolvido no Movimento Estudantil dentro da UCDB, Alfredo carrega consigo uma vasta história na militância em defesa da classe estudantil. Não se submeteu a terceiros, defendeu as cores Guaicurus e, com toda certeza, fará, junto com o Grupo, uma administração nunca vista antes no Diretório.
 


A nossa vice, Renata de Macedo, provou que, apesar da pouca idade, possui ideais e capacidade solidificadas suficientemente para defender os acadêmicos. Vencendo diversos obstáculos, ela representa a força das mulheres dentro do Grupo Guaicurus. 
 


E o que falar deste Grupo?! Bravos Guerreiros, honramos os antepassados Guaicurus, mostramos a esta academia que ainda é possível reviver aquele velho Movimento Estudantil, ainda que adaptado aos tempos modernos. Não nos submetemos à terceiros, apesar das propostas. Passamos por grandes dificuldades. Mas todos, sem exceção, suaram para que atingíssemos nossos objetivos. Hoje, acreditamos que o termo "Grupo" não seja o mais adequado para expressar a união dos Guaicurus. Somos mais que um "Grupo". Somos uma família: a Família Guaicurus. 
 


Por meio do Guaicurus, conhecemos pessoas que jamais imaginariamos conhecer. Essas pessoas viraram nossos amigos. E esses amigos agora são nossa família. Juntos vamos dar uma nova cara para o Curso de Direito, para a UCDB e para toda classe estudantil. 
 


Não podemos deixar de agradecer a Chapa Novo Contexto que, junto com seu candidato, Rhiad Abdulahad, proporcionaram uma disputa saudável dentro da academia. O "Fair Play" presente no pleito evidênciou o fato de que a peleja não era pessoal, mas política. Ambos os grupos estavam ali por um motivo apenas: beneficiar o acadêmico.
 
Fala logo poh!
Os momentos finais foram angustiantes. Cada voto era fundamental. Todos se dedicaram ao máximo para que pudessemos sair vitoriosos no final do dia.
A espera pelo resultado gerou uma expectativa imensurável. E graças ao Grupo Guaicurus, que lutou pelas urnas eletrônicas, esta espera durou pouco. Minutos após o termino das votações, podemos saber quem era o vencedor: GUAICURUS. A partir daí, foi só festa!!!!


Já se acostumando com a nova casa!




Não havia mais motivos para se conter, se controlar, se poupar. Eramos os vitoriosos. Passamos a ter a chance de mudar o que tem ser mudado dentro do Diretório Acadêmico. Dentro de nós, o sentimento de dever cumprido era evidente. Mesmo cansados, depois de tanta luta, ainda existia aquela energia para comemorar.





 
E que festa foi aquela?! Uma festa digna de Guaicuru! Contando com a presença de vários acadêmicos que nos apoiaram, a Confraternização Guaicurus foi o desfecho de meses de batalha. Se hoje nossa cabeça dói, nossa voz sumiu e nossas pernas estão cansadas, foi por um bom motivo. Foi para mudar o que deveria ser mudado!

Enfim, queremos agradecer mais uma vez a todos que nos apoiaram e confiaram nos nossos ideiais. O Grupo Guaicurus vai lutar ao máximo para defender os interesses dos acadêmicos. Nunca mais ficarão abandonados pelo Diretório Acadêmico. O DACLOBE Guaicurus vai mudar o que tem que ser mudado!
 
"MUTATIS MUTANDIS...
MUDAR O QUE DEVE SER MUDADO...
GUAICURUS!!!
GUAICURUS!!!
GUAICURUS!!!"

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Eleições DACLOBE



Hoje durante o período matutino e noturno está ocorrendo as Eleições para o DACLOBE. No matutino, as votações já foram encerradas. Apesar de algum atraso, tudo transcorreu normalmente. A noite, as votações começarão as 19:30 e irão até as 22:30.

Quem já votou, muito obrigado. Quem não votou ainda, não perca esta chance. Estamos participando de um momento histórico de nossa acadêmia. Exerça seu poder de decisão.

O resultado será divulgado minutos após o fim das votações.

E SÓ LEMBRANDO QUE É "01" - MUTATIS MUTANDIS!

Confraternização Guaicurus

O local exato da confraternização está assinalado no mapa com o ponto "B"


Foram meses de luta, suor, correria... E uma primeira etapa chega ao fim: as Eleições para o DACLOBE. Primeira etapa porque, caso sairmos vitoriosos, haverá infinitas outras etapas a serem vencidas. É fato que todos nós estamos bastante cansados.

Pensando nisto, o Grupo Guaicurus vai realizar, hoje a noite (27/10), após o resultado das Eleições para o DACLOBE, uma festa de Confraternização para todos os acadêmicos.

Ela será na Associação dos Professores da UCDB (R. do Seminário, s/ nº). As votações terminarão as 22:00. Provavelmente, o resultado será dado no máximo trinta minutos depois. A partir daí, todo o Grupo Guaicurus irá para a festa, independente do resultado das urnas.


Contamos com a presença de todos. MUTATIS MUTANDIS!

Debate GUAICURUS X Novo Contexto

Só não teve tiro!



Na manhã e noite do dia 26, foi realizado no bloco C da UCDB o debate entre os candidatos a presidente e vice-presidente do DACLOBE. Depois de tanto batalharmos e pedirmos este debate, ele aconteceu, ainda que não da forma como esperávamos. Contudo, os acadêmicos levantaram de suas cadeiras, foram para o auditório e o parlatório, gritaram, defenderam seu ponto de vista, argumentaram... Enfim, fizeram aquilo que se espera dos acadêmicos de Direito: não se calaram. Com isso, quem mais ganhou com todos estes acontecimentos foi o MOVIMENTO ESTUDANTIL.


Os candidatos Guaicurus: Alfredo Jaime e Renata de Macedo


No Debate do matutino, tivemos o prazer de estarmos todos acomodados no auditório do bloco C, que estava lotado. Havia muitos eleitores indecisos, fazendo com que o Debate fosse fundamental para sanar todas as dúvidas daqueles. Apesar disso, diversas vezes fomos obrigados a fugir do foco traçado para o evento: apresentar as nossas metas.


Acusações, fatos inverídicos, dúvidas sobre nossa idoneidade foram derramados sobre os Guaicurus. Não havendo como ficarmos quieto, fomos obrigados a responder, sob a pena de que se não fizessemos isto, aqueles indecisos poderiam acreditar nas teorias jogadas contra nós. 


Com depoimentos, documentos e notícias, derrubamos todas os questionamentos e mostramos ser o Grupo mais preparado para assumir o DACLOBE.




No Debate do período Noturno, fugimos ao máximos das provocações e das perguntas repetidas, que somente queriam gerar provocações. Apresentamos nossas metas, nosso Grupo e nossa filosofia.


Não nos preucupamos em atacar o outro grupo, pois não se tratava de um debate pessoal, mas político. Mostramos ao público que somos os mais preparados. Não estamos sob nenhum domínio externo, e, portanto, teremos a iniciativa de atuar conforme a vontade dos acadêmicos caso formos eleitos.



Dessa forma, queremos agradescer a todos os acadêmicos que apoiaram o Grupo Guaicurus. Queremos fazer deste Curso, um novo Curso: atuante, forte, independente...MUTATIS MUTANDIS




Obs.: Neste momento, a votação no Matutino já foi encerrada. A todos aqueles que nos apoiaram e votaram "01", muito obrigado por ter entendido nossa filosofia e acreditar em nós. E àqueles que não votaram no Guaicurus, muito obrigado também, porque após esta semana, acima de tudo, o Movimento Estudantil sairá vencedor.

domingo, 23 de outubro de 2011

Eleições DACLOBE

Olha a nossa colinha ai!



Pessoal, vamos lá! Todos juntos rumo a mudança. Chega de apatia, submissão, dependência. É hora de mudar o que deve ser mudado. É hora de GUAICURUS. Contamos com todos. A caminhada é longa e a união é a nossa força.

Portanto, no dia 27 é "01" para MUDAR O QUE DEVE SER MUDADO!

sábado, 22 de outubro de 2011

Guaicurus unidos

Só falta a foto com o vespertino!


Queremos agradescer a todos que participaram (ou quiseram mas não puderam) da foto realizada na última sexta-feita (21/10) na escadaria do Bloco C. A foto foi um sucesso e teve o apoio de vários acadêmicos.


O Grupo Guaicurus é assim: união ao máximo. E o pessoal do turno matutino do Curso de Direito sabe disso.

E fiquem ligados nas Eleições para o DACLOBE. DIA 27 É "01" E CONFIRMA!!!

Eleições para o DACLOBE



Dia 27 é "01" e CONFIRMA!

O Diretório Acadêmico Clóvis Beviláqua (DACLOBE) é o Diretório Acadêmico de Direito mais importante do MS e um dos mais significantes do Brasil. Sua história é vasta podendo notar a sua influência tanto no estado quanto no país.

Contudo, ultimamente a entidade foi perdendo representatividade e força. A defesa dos acadêmicos é rara, da comunidade, não existe mais. Aos poucos o DACLOBE foi se subordinando a vontade de terceiros.

O Grupo Guaicurus, com sua independência e união decidiu então lançar uma chapa para concorrer as eleições do Diretório. Queremos resgatar os velhos princípios do Movimento Estudantil e do acadêmico de Direito também: a ponderação, questionamento, não subordinação, argumentação, vontade de agir, o falar... A apatia, silêncio, subordinação, morosidade que hoje está presente no DACLOBE não pode ser característica de um Diretório tanto importante quanto ele.

Acreditamos em nossos ideais, princípios e filosofia. Nosso objetivo não é atender a terceiros, mas sim, somente ao acadêmico. O dinheiro não pode ser mais valioso que as ideias.

As eleições serão no dia 27 (quinta-feira) de outubro, das 7h até as 22h, no bloco C da UCDB.

Contamos com o apoio de todos. Ao longo da semana estaremos apresentando aqui o nosso trabalho.

E não se esqueça: NO DIA 27 VOTE "01" E CONFIRMA!


Só lembrando que dia 23 de outubro tem REUNIÃO GUAICURUS lá no Monumento ao Índio Guaicuru, no Parque das Nações. Esperamos a presença de todos!

MUTATIS MUTANDIS!!!!

terça-feira, 18 de outubro de 2011

GUAICURUS RECOMENDA - Contos da Resistência

Naquela época crime era falar, pichação não era!


Em 1964, o poder das armas tentou silenciar estudantes como nós. À força fomos perseguidos, torturados, mortos...Mas não nos calamos: saimos às ruas em protestos nunca vistos antes na história do país. Unidos, em prol de um objetivo único, e, somente com o poder da voz, mostramos ao mundo a tortura que a nossa democracia sofria. Muitos morreram, mas o final foi feliz. Se hoje temos a liberdade de escrever o que pensamos e lutarmos por nossos ideiais, devemos isso aos bravos estudantes daquele período.

Em mais um GUAICURUS RECOMENDA, indicamos a vocês um documentário sobre a Ditadura Militar. Nele, depoimentos de ex-acadêmicos, advogados, religiosos, mostram as situações que passaram para defenderem seus ideais e, em último caso, suas próprias vidas. Contando com relatos, emocionantes, de presos políticos e vítimas do regime, da resistência nas artes e na imprensa no período e como operários e líderes sindicais da região do ABC Paulista resistiam à falta de liberdade e se organizavam por melhores salários e condições de vida este documentário é um retrato fiel da história brasileira que não pode ser esquecido.










sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Reunião Guaicurus


Primeiramente, o Grupo Guaicurus quer agradecer a todos que compareceram na reunião do dia 13/10/2011. Ela foi um sucesso, sendo discutidos vários pontos importantes para o Grupo.

E já antecipamos que Sábado, dia 15/10/2011, tem mais. Outra reunião com todos que puderem estar presentes. Acontecerá no mesmo local da última (localização exata no post abaixo), às 14:00, horário local.

Contamos com a presença de todos, pois, no Guaicurus, todos são importantes.

Te esperamos lá!!! MUTATIS MUTANDIS!!!

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Reunião Guaicurus

Caros acadêmicos, hoje é dia de Reunião Guaicurus!
Será às 19:00 na FETEMS - Rua 26 de Agosto, 2296, sala 1
Contamos com a presença de todos....
MUTATIS MUTANDIS!


Rua 26 de Agosto, próximo ao cruzamento com a R. Guia Lopez - o local exato está marcado no ponto "A" do mapa (clique na imagem para vê-la maior)

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Guaicurus unidos

O Grupo Guaicurus por basear-se em uma filosofia na qual o máximo de pessoas devem opinar e decidir, realiza diversas reuniões e encontros. Eles têm por objetivo tratar de assuntos importantes para o corpo discente, principalmente do Curso de Direito da UCDB, definir metas a serem alcançadas pelo Grupo, além de mostrar o nosso trabalho para aqueles que ainda não nos conhecem. Já foram realizados vários destes encontros, inclusive um aos pés do Monumento do Índio Guaicuru, no Parque das Nações Indígenas. 

Estaremos postando abaixo, algumas fotos destes encontros, reuniões, confraternizações... E desde já, todos estão convidados a participarem do nosso próximo encontro! 


Pessoal do 4º semestre

Aos pés do Monumento Guaicuru

Sidney Melo, um dos líderes do Movimento Estudantil em Campo Grande


Mais do encontro no Parque das Nações Indigenas

Guaicurus conversam ao lado do Índio Guaicuru, com o pôr-do Sol ao fundo

Sorteio da coleção completa, de Direito Civil, do Carlos Roberto Gonçalves

Grupo unido

Guaicurus fazendo, literalmente, um Movimento na escadaria

Alguns integrantes do Grupo

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Viva Mato Grosso do Sul!

É Mato Grosso do SUUUUL!!!!


11 de outubro de 1977. Pode, para muitos, ser somente mais uma data. Mas não para os sul-mato-grossenses. Há 34 era criado, por Ernesto Geisel, este estado coberto por campos, cerrados e montanhas. Apesar da curta idade, sua história é vasta. Movimentos separatistas que começaram a surgir no século XIX. A região sul do estado de Mato Grosso, visando apoio a separação, se aliou aos paulistas no Movimento Constitucionalista de São Paulo. Por aqui passaram os pracinhas que defenderam as cores brasileiras no teatro de operações italiano durante a Segunda Guerra Mundial.

Contornado pelo Paraguai e o Paraná, seu nome tem origem na palavra em guarani Kaagua'zú (Kaa bosque, mata e Guazú grande, volumoso), que significa, aproximadamente, Mato Grosso. Terra de portugueses, japoneses, bolivianos, libaneses e tantos outros povos, este estado vê em Campo Grande, Bonito, Corumbá e em mais várias diversas cidades a beleza natural incontentável e inconfundível que caracterizá-las.

E sua cultura é tão vasta que é impossível mensurá-la. O tereré, o arroz carreteiro, o sertanejo, a viola de cocho, Trem do Pantanal... fazem com que o Mato Grosso do Sul seja um estado que alcança o progresso a cada dia sem esquecer suas raízes.

E como não poderia ser, temos que citar os Guaicurus. Estes bravos índios, que defenderam os contornos deste país e ajudaram a formar a identidade do sul-mato-grossense. Com certeza, graças a eles também, o Pantanal é hoje este berço de biodiversidade ainda protegido pelos olhos do peão pantaneiro.

Neste 11 de outubro de 2011, o Grupo Guaicurus oferece os mais íntimos cumprimentos a todos os sul-mato-grossenses. E, com orgulho imenso de ter nascido nesta terra, parabeniza este Estado que com elegância única planta no coração do Brasil a beleza natural de sua gente, rios, campos e morros.

PARABÉNS MATO GROSSO DO SUL. PARABÉNS TERRA DE ALMIR SATER, MANOEL DE BARROS, HELENA MEIRELLES E GUAICURUS!


“Tuas matas e teus campos,
O esplendor do Pantanal,
E teus rios são tão ricos
Que não há igual.”

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

GUAICURUS RECOMENDA - Lutas.doc

Neste espaço, o  Grupo Guaicurus indicará a você uma lista de livros, filmes, documentários, revistas... Todos serão voltados para a política, economia, educação, cultura... Estaremos abertos à sugestões também, afinal, no nosso Grupo somos todos iguais. Esperamos que gostem. MUTATIS MUTANDIS!

A nossa primeira recomendação é de um documentário brasileiro, "Lutas.doc". Ele trata de vários assuntos quer norteiam a vida da sociedade brasileira: a guerra existente desde os tempos de colônia; a desigualdade que ainda persiste no Brasil; a influência da mídia no dia-a-dia; a luta constante das mulheres e uma perspectiva sobre o futuro da nação. Grandes pensadores, filósofos, economistas, jornalistas, historiadores, sociólogos... Eduardo Gianneti, Olgária Mattos, Laura de Mello e Souza e Contardo Calligaris, ao lado de grandes protagonistas políticos, como Lula, Fernando Henrique Cardoso, Marina Silva e Soninha, e livres-pensadores egressos dos movimentos sociais, como Ferrez, Júnior do AfroReggae, João Pedro Stédile e Esmeralda Ortiz, analisam a realidade brasileira em pé de igualdade. O Documentário tem Direção de Luiz Bolognesi e Daniel Sampaio.


LUTAS.DOC - 1 - Guerra Sem Fim?


LUTAS.DOC - 2 - Recursos Humanos


LUTAS.DOC - 3 - Fábrica de Sonhos


LUTAS.DOC - 4 - Heroína Sem Estátua


LUTAS.DOC - 5 - O Que Vem Por Aí?

domingo, 9 de outubro de 2011

O Primeiro discurso dos Guaicurus no Parlatório Rui Barbosa

No dia 06 de setembro de 2011, o acadêmico Fagner Lira Bizerra proferiu o primeiro discurso do Grupo Guaicurus no Parlatório Rui Barbosa. Na ocasião, após as badaladas do sino, uma multidão se reuniu ao redor do Parlatório para ouvir e ver aquele que foi o primeiro de muitos discursos sobre as ideias, filosofias e trabalhos do Grupo. MUTATIS MUTANDIS!



Morrer não é nada, mas viver vencido e sem glória é morrer todos os dias. (Napoleão)


Senhoras e senhores

Bom dia a todos

Meu nome é Fagner e atualmente sou conselheiro de curso, representante do corpo discente do curso de direito UCDB.

Gostaria de, em breve momento, saudá-los com algumas palavras, aproveitando que amanhã é dia da Independência e atualmente o mundo passa por vários movimentos em prol desta, não poderia me omitir deixando passar em branco esta oportunidade. Quero fazer referência a independência e ao movimento estudantil. 

Tem uma frase de Napoleão que me motiva, diz assim, “morrer não é nada, viver vencido e sem glória é morrer todos os dias”. Dentro deste contexto, acredito que estamos morrendo todos os dias, perdendo algumas batalhas. Estamos sem glória, de cabeça baixa e não olhamos mais nos olhos um do outro.

Outra frase que eu gosto também, essa é de minha autoria diz, “cada dia uma guerra, cada guerra uma oportunidade”. Nesse contexto, quero dizer que todos os dias temos a chance de sermos quem nós quisermos, o vencido e sem glória ou o Bravo heróico vencedor.

Já que nós possuímos uma escolha, que seja a da vitória.

Nesse momento os senhores devem estar se perguntando, o que esse maluco está falando?

Então eu lhes respondo: a batalha não está ganha e nós estamos perdendo. Eu não posso fazer nada sozinho e quero lutar, lutar por mim, por Deus e pela pátria. Preciso da vossa ajuda, para combater as tormentas do nosso dia a dia; para fazer o Mutatis Mutandis; para mudar o que deve ser mudado; para fazer o carpe diem valer à pena; para aproveitar o dia. Assim cada vez que ele terminar no fim da tarde quero dizer, hoje foi o melhor dia da minha vida, pois estou vivo, não fui vencido e ainda posso lutar. Essa é a glória que desejo, para mim, meus amigos, e os que desejarem me acompanhar nessa batalha.

Estamos presenciando os combates na Líbia, precedidos pelos do Egito, e de outros países que até pouco tempo estavam sob o domínio de ditadores declarados. Digo aos senhores que não é diferente conosco. O paradoxo está no detalhe de que vivemos sob uma ditadura disfarçada por uma falsa democracia.

Porém, está surgindo um grupo aqui na Universidade, disposto a lutar pelo nosso Direito, o direito à liberdade, o direito à dignidade da pessoa humana, lutar sobre o princípio do Bem Comum, e sob o verdadeiro sentido da igualdade.

Esse grupo se chama “Guaicurus”, em homenagem aos índios que habitavam aqui no Estado de Mato Grosso do Sul, quando, por um lado, espanhóis e, de outro, portugueses tentavam de todas as formas invadirem suas terras e colonizá-los e torná-los escravos, esses bravos guerreiros permaneceram firmes, lutando, não se entregaram. E ainda, quando foi declarada a guerra com o Paraguai foram os guaicurus que desempenharam um relevante papel na história deste Estado auxiliando as forças brasileiras com sua arte bélica e domínio sobre o terreno.

Além do nome “Guaicurus”, esse grupo de acadêmicos do curso de Direito da UCDB adotou a expressão latina “Mutatis Mutandis”, que significa mudar o que deve ser mudado, para servir de inspiração das nossas aspirações. Dessa forma, tudo o que tiver ao alcance de ser melhorado, será feito, será buscado com a maior eficácia e eficiência possível.

Para não tomar mais tempo dos senhores, quero agradecer pela atenção de todos e pedir a vossa colaboração, para que ajudem o grupo Guaicurus a lutar pelos nossos direitos. Como dizia Ihering “aquele que renuncia seus direitos renuncia a própria existência moral” e "quem rasteja como um verme não pode se queixar de ser pisoteado".

Muito obrigado e um bom dia a todos.

Quem eram os Guaicurus?


Por três séculos, os índios e seus cavalos aterrorizaram portugueses e espanhóis nas redondezas do Pantanal, sem nunca se render aos colonizadores



Com a cara escondida pela barba longa, o velho bandeirante roncava, com ar de quem tinha realizado uma façanha e tanto – o que não deixava de ser verdade. Afinal, quase cinco meses antes, ele e sua comitiva haviam saído da vila de Araritaguaba (atual Porto Feliz, em São Paulo) e atravessado 3,5 mil quilômetros entre rios e florestas. Ia o ano de 1720 e do norte vinham notícias da descoberta de ouro nas cercanias de Cuiabá. Depois de passar a vida caçando índios no sertão, parecia uma boa idéia ir até lá e encher os bolsos. Não foi. Mal dá para descrever o susto e o desgosto do velho quando um tropel de cascos, misturado aos gritos de guerra, quase o fez cair da rede. 

Não precisou pensar duas vezes (nem daria tempo para isso): eram os guaicurus, temíveis índios guerreiros que teimavam em complicar a vida de quem se atrevesse a vaguear pela região. O bandeirante nem teve tempo de procurar seu arcabuz: uma lança atravessou seu pescoço, e a última coisa que viu foi sua filha, moça prometida a um novo-rico de Cuiabá, sendo arrastada pelos índios. 


Os guaicurus venceram novamente. Do século 16 ao começo do século 19, nenhum espanhol, português, brasileiro ou paraguaio estava seguro nas terras desse povo, entre o Pantanal brasileiro e o Chaco paraguaio. Nesse tempo, jamais foram submetidos e, quando aceitaram a paz com os forasteiros, fizeram-no em seus próprios termos. 

Os mitos que um povo conta sobre a própria origem costumam dar uma boa indicação de como ele se vê (e quer ser visto). E os guaicurus tinham sua própria história para justificar seu espírito guerreiro, relatada até hoje por seus descendentes, os kadiwéus de Mato Grosso do Sul. “Eles contam que o Criador – chamado de Gô-noêno-hôdi – tirou todos os povos de um buraco e deu a cada um funções diferentes. Alguns ganharam enxadas e se tornaram agricultores, outros viraram artesãos e assim por diante. Só que ele esqueceu os kadiwéus, que saíram por último do buraco. Por isso, permitiu que eles roubassem um pouco de cada povo”, diz o antropólogo Jaime Garcia Siqueira, do CTI (Centro de Trabalho Indigenista), em Brasília. 

E assim foi. Os ancestrais dos kadiwéus eram nômades que viviam da caça, da coleta e da pilhagem. Segundo Jaime, cuja tese de mestrado na USP foi um estudo sobre a tribo, as pesquisas sobre a origem dos antigos guaicurus dizem que eles podem ter migrado da Patagônia, na Argentina. Outra hipótese especula que sua origem é andina. Seja como for, o certo é que a região que habitavam na época do descobrimento, no miolo da América do Sul, recebia influências da Amazônia, dos Pampas e das grandes civilizações dos Andes, como os incas. Embora muitos de seus vizinhos tenham virado lavradores sedentários, eles preferiram continuar a vida errante, divididos em tribos com língua e costumes bastante parecidos, mas sem unidade política. 

Não que isso tenha lhes criado algum problema: quando os europeus chegaram não havia dúvida que quem mandava na área eram os guaicurus. Os primeiros relatos sobre eles dão conta de que foram os guaicurus que mataram o português Aleixo Garcia, em 1526. O aventureiro partiu do litoral de Santa Catarina com um exército de guaranis e saqueou postos avançados do Império Inca, mas, na volta, não foi páreo para os guaicurus. O mercenário alemão Ulrich Schmidel, membro da expedição espanhola que fundou Assunção, no Paraguai, cruzou com os guaicurus por volta de 1540 e relatou que eles tratavam as demais tribos da região mais ou menos como os nobres europeus tratavam os camponeses. Ou seja, pilhavam seus bens e as obrigavam a cultivar a terra para eles. De algumas delas, cobravam tributo, em troca de proteção. 

Em 1542, os guaicurus combateram e escaparam de uma expedição organizada pelo lendário conquistador espanhol Alvar Núñez Cabeza de Vaca. Foi quando tiveram seu primeiro contato com os cavalos europeus. Segundo relatos do próprio Cabeza de Vaca, os índios pareceram aterrorizados frente aos bichos, mas mesmo assim não se intimidaram: ateando fogo às próprias tendas, confundiram os invasores (alguns espanhóis foram decapitados a golpes de machados feitos com mandíbulas de piranha) e conseguiram fugir sob a cortina de fumaça. 

A partir daí, as tentativas de estabelecer bases ou missões religiosas em território guaicuru viraram uma lista de fracassos. Não se sabe em que momento os guaicurus passaram a usar cavalos como montaria e mesmo a origem dos animais é polêmica. O espanhol Félix de Azara, comandante das fronteiras do Paraguai no fim do século 18, afirma que eles roubaram seus primeiros eqüinos em 1672, mas é quase certo que tenham adquirido os bichos bem antes, de expedições e assentamentos europeus que foram para o brejo. Sob todos os aspectos, o fato mudou a vida dos guaicurus. Na metade do século 18, calcula-se que eles tivessem 8 mil cavalos. 

Segundo relato do jesuíta José Sánchez Labrador, que tentou evangelizá-los nessa época, “eles conhecem as enfermidades dos cavalos melhor que as suas próprias. Em seus animais, não usam selas nem estribos. Montam em pêlo, e com um salto estão sobre eles”. 

Ao virarem cavaleiros, os guaicurus adotaram como arma principal a lança, muitas vezes com ponta de ferro, e reforçaram ainda mais seu domínio sobre as tribos da região. Povos como os guanás, ancestrais dos atuais índios terenas, tornaram-se seus vassalos. Internamente, eles desenvolveram uma complexa estrutura social. Havia uma camada de “nobres” (também chamados de “capitães” pelos brancos): os caciques de cada aldeia e seus parentes mais próximos, cujo domínio era passado de geração a geração. Depois vinham os “soldados”, guerreiros que ocasionalmente podiam virar “capitães”, sem que essa posição, no entanto, passasse de pai para filho. 

Havia, ainda, os “cativos” – pessoas capturadas durante ataques guaicurus a outros povos indígenas e aos colonos europeus e seus escravos. Os cativos eram mulheres e, principalmente, crianças. Isso porque os guaicurus praticavam com freqüência o infanticídio e o aborto e poucos casais chegavam a criar mais de um filho, e vários morriam sem deixar herdeiros. Essa prática é comum entre povos caçadores-coletores, que estão sempre em movimento e para os quais bebês podem representar dificuldades durante longas marchas. As crianças capturadas, já mais crescidas, eram criadas como guaicurus e repunham a população das aldeias. Apesar de os cativos realizarem alguns dos trabalhos mais pesados e considerados indignos, como plantar, muitos foram incorporados à sociedade guaicuru. 

Ao longo dos séculos 17 e 18, a situação não melhorou para os europeus que tentavam atravessar a bacia do Paraguai. Os cavaleiros guaicurus se aliaram aos paiaguás, que, com suas canoas velozes e remos que viravam lanças, faziam dos rios seu domínio absoluto. A dobradinha passou a prevalecer tanto nas planícies quanto nos rios que as cortavam. A aliança quase exterminou a bandeira de Raposo Tavares, que tentou subir o Paraguai em 1648, e mantinha Assunção sob terror constante. 

Quando aventureiros paulistas acharam ouro em Cuiabá, em 1719, houve uma corrida em direção às minas – bem, corrida é modo de dizer, já que a viagem, por demorar tanto quanto a ida às Índias, foi apelidada de “monção”, nome da estação chuvosa no Sudeste Asiático. Embarcados em canoas e mal equipados, muitos dos futuros mineiros viraram presa fácil da coalizão indígena. A filha capturada do bandeirante – lá no começo desta matéria, por exemplo – deve ter sido levada a Assunção, como outros brancos que eram capturados, e trocada por um polpudo resgate. 

No fim do século 18, no entanto, o interesse europeu na região não era mais representado por um bando de barbudos aventureiros em busca de ouro. Os governos de Espanha e Portugal, brigando para definir as fronteiras de suas colônias, estavam decididos a fortalecer sua presença na região. Os portugueses, em especial, depois da fundação do Forte Coimbra, em 1775, perceberam que a paz com os guaicurus era um tremendo negócio. E mais: os guaicurus eram os melhores aliados que se poderia querer por aquelas bandas. Eles ofereceram aos índios mantimentos e utensílios, além de cavalos e roupas. Mas não foi sem tropeços que ocorreu a aproximação. Em 1778, os guaicurus se aproximaram do forte para comerciar e, como parte do negócio, ofereceram algumas de suas mulheres aos soldados. Enquanto os portugueses estavam entretidos com as índias, foram atacados de surpresa e 54 deles morreram. Mas o governo português estava decidido a ter o grupo do seu lado, e acabou conseguindo firmar a paz em 1791. 

Os índios mantiveram sua liberdade e suas áreas de influência. Os portugueses (e depois os brasileiros) ganharam um aliado e tanto nos conflitos de fronteira contra a Espanha e na Guerra do Paraguai . E os guerreiros guaicurus conseguiram chegar invictos ao fim dessa história.